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Caminho livre para mudanças na Cesa. Entrevista de Gisele Loeblein no dia 23/02, com Presidente da CESA Carlos Kercher.

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Foto: Félix Zucco / Agencia RBS  Matéria ZH 23/02 por: Gisele Loeblein

Cesa tem passivo de R$ 500 milhões, ao qual devem ser acrescentados R$ 227,6 milhões referente a ação sobre piso salarial.

Discurso do governo estadual é de que haverá enxugamento, com eliminação de estruturas desativadas ou economicamente inviáveis.

A aprovação do Projeto de Emenda Constitucional 243 – que retira a necessidade de plebiscito para venda ou extinção da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) – deixa o caminho livre para que o governo estadual execute o plano que tem traçado para o órgão, seja ele qual for. Oficialmente, o discurso é de que ocorrerá um enxugamento, eliminando estruturas desativadas ou economicamente inviáveis.

– Não é uma extinção e, sim, uma transição. Vamos diminuir o tamanho – afirma o atual presidente da Cesa, Carlos Kercher.

Duas unidades já estão no mercado: a de Júlio de Castilhos e a de Santa Rosa, ambas para arrendamento. Nesta semana, novo edital deve sair, para a de Nova Prata. No total, são cinco plantas desativadas e 18 em funcionamento. A prioridade seria tentar negociar as que não estão mais em uso (Nova Prata, Santa Bárbara, Caxias do Sul, Estação e Passo Fundo).

Entre as com atividades, há uma classificação em três grupos: sem retorno financeiro, com desempenho mediano e com performance positiva. Esta último, o caso, entre outras, das unidades portuárias de Rio Grande, Porto Alegre e Estrela.

– Não há prazo limite, mas uma previsão de acelerar o processo. A ideia é ter um número de unidades para que a Cesa possa ser autossuficiente para a prestação de serviços – diz Kercher.

Até a metade de 2017, a nova forma deverá ser conhecida. Com passivo de cerca de R$ 500 milhões – ao qual deverão ser acrescidos R$ 227,6 milhões de ação referente ao piso salarial, que a companhia tenta negociar –, a Cesa tem 200 funcionários, 58 concursados.

Na votação, na Assembleia, foram 37 votos a favor e 12 contra. Votaram contra parlamentares do PT (com exceção de Adão Villaverde), do PSOL e do PC do B. Ex-secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, disse não. Ele entende que a Cesa “pode até ser extinta, mas só depois de saneada”:

– Só se muda a constituição para privatizar. O que se aprovou foi a privatização de uma estatal.

 

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